Se cativas ...
por Silvio T Corrêa
Seduzir, cativar, ganhar a simpatia, é sempre uma atividade gratificante. O convite para o café, o sorriso aberto, o elogio, tudo faz parte do "cativar", do seduzir, e que acontece a todo momento, seja entre colegas, amigos, casais, pais e filhos.
Em comunidades então, é freqüente o ato, mais inconsciente do que consciente, de cativar.
Esse é o grande problema! E que fez com que a citação de Antoine de Saint-Exupéry — "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." —, se tornasse conhecida e citada ao vento de todas as direções.
Deixamos de perceber, por exemplo, que ao darmos um cartão de visitas, fazemos uma ação de cativar, de nos aproximar. É mais do que um pedaço de papel que estamos entregando. Estamos dizendo: "Olha, meu telefone está aqui! Me liga!"
Em comunidades do tipo condomínio residencial, é importante o ato de cativar conscientemente. Quando fazemos um bolo, um pão, e levamos ao nosso vizinho, estamos procurando ser cativantes, conquistar a simpatia. Precisamos participar para sermos cativantes e deixarmos que nos cativem.
Quando buscamos cativar, fica implícito que buscamos um relacionamento. Ao chamar alguém pra conversar, pra bater um papo ou tomar um chope, estou, naturalmente, me colocando a disposição pra conversar, pra tomar um chope. Não posso dizer: "Desculpe, eu chamei mas não posso ir."
Não somos responsáveis, apenas, por aquilo que cativamos. Somos, também, responsáveis por aquilo que não cativamos. Se me sinto só, sou o responsável pelas amizades que não cativei.
Tão gostoso quanto cativar é perceber que estamos sendo cativados. É uma sensação muito boa, que massageia o ego e aumenta a nossa auto-estima. E as vezes vem de forma tão inesperada, que nos assustamos e ficamos sem ação, como estatuados.
Então, a ordem do dia é "cativar". Cativar a esposa, a namorada; os filhos e enteados; o colega de trabalho que fica no final do corredor e que nunca falamos com ele; o vizinho, da esquina; o guarda noturno; o vigia e o zelador do prédio; o amigo que não vemos e não falamos há mais de 1 ano; o irmão, que a distância separou. Cativa, cativa sempre!
Eu, da minha parte, vou tentando cativar você.
Abraços
Marcadores: Crônica
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