Geri(a)ndo Conflitos
por Silvio T Corrêa
Há muito tempo, primeiros anos da década de 80 - "século passado" - , no início da minha vida como engenheiro, conheci Deni. Na verdade, Denerval Valente. Gente boa na maior parte do tempo, mas um sujeito complicadíssimo.
Deni adorava um conflito e era um "craque" quando o propósito era "criar um". Dizia que o conflito o ajudava a conhecer as pessoas!
E Deni exagerava! Com raciocínio rápido e bom nas palavras, pressionava as pessoas, as "imprensava na parede", as deixava sem saída, quando então, humildemente, abaixavam a cabeça e saíam.
Eu dizia pra ele, mais ou menos, assim:
- Deni, toma cuidado! Sobre pressão, as pessoas são imprevisíveis!
- Que nada Silvio! É bom pra elas, levarem uma prensa de vez em quando. Tornam-se mais vividas!
- Você está descarregando os seus medos, as sua frustrações, nessas pessoas.
- Fique tranqüilo! Está tudo sobre controle.
Não foram raras as vezes em que "peguei" Deni chorando, tamborilando nervosamente na mesa e, até mesmo, dando soquinhos na parede. Era claro, pra mim, que muitos "monstros" internos estavam à solta fazendo Deni, pressionado internamente, espirrar para cima dos outros.
Esse é um dos principais pontos da Gestão de Conflitos. Não adianta querer solucionar os conflitos interpessoais, se não resolvermos os intrapessoais, os nossos conflitos internos, que nos amedrontam, nos deixam ansiosos, nos deixam sem enxergar uma saída.
Somos "ensinados" por nossos pais, professores, irmãos mais velhos, tios, ídolos que reconhecemos, até os dias de hoje. É um processo ininterrupto! Junto, temos a criança que fomos; dócil, rabugenta, introvertida, extrovertida, expressiva, com sentimento de culpa, sem saber perdoar, desconfiada, reprimida ou submissa.
Esse conjunto de paradigmas, preconceitos e verdades internas, acabam formando um caminho, um verdadeiro Caminho da Roça (expressão utilizada pelo psiquiatra Paulo Gaudêncio), que nos habituamos a percorrer sem prestarmos atenção nas variantes existentes e que abrirão, certamente, novos caminhos de aprendizado.
Contudo, essas variantes só surgirão quando começarmos a enfrentar os nossos monstros. Porque eu devo dizer a mim mesmo que "não devo sentir raiva"? Por que não encarar esse sentimento, observá-lo, assimilá-lo e perceber que a raiva pode ser um excelente combustível para o meu crescimento ou aprender que a raiva, muitas vezes, é um reflexo do meu modo de agir.
Como poderei, verdadeiramente, perdoar alguém que, assumidamente, errou, se não consigo perdoar os meus erros?
Como poderei me sentir tranqüilo, confortável, fazendo algo de bom para alguém, se sempre digo "sim" e depois fico com raiva de tê-lo feito em detrimento ao "não", que eu queria dizer.
Como poderei me tornar um adulto, se não passo por um crivo, aceitando passivamente, tudo que o meu pai interno e a minha criança interna, ditam para mim. Realmente não é algo fácil!
Gestão de conflitos é um vasto assunto pois além do que comentei, tem a "parte aparente" do conflito, que é o interpessoal. A boa gestão de conflitos traz o crescimento pessoal e empresarial.
A Comunidade Net Work BR está patrocinando o evento, beneficente, Espaço PENSARE de Debates, que ocorrerá no próximo dia 13 de março, no auditório do FJE. Eu e Armando Ribeiro estaremos lá, falando sobre o assunto Gestão de Conflitos e debatendo com a audiência, buscando o crescimento de todos nós.
Você é nosso convidado. Pegue o seu convite. .
Até a próxima.
Deni adorava um conflito e era um "craque" quando o propósito era "criar um". Dizia que o conflito o ajudava a conhecer as pessoas!
E Deni exagerava! Com raciocínio rápido e bom nas palavras, pressionava as pessoas, as "imprensava na parede", as deixava sem saída, quando então, humildemente, abaixavam a cabeça e saíam.
Eu dizia pra ele, mais ou menos, assim:
- Deni, toma cuidado! Sobre pressão, as pessoas são imprevisíveis!
- Que nada Silvio! É bom pra elas, levarem uma prensa de vez em quando. Tornam-se mais vividas!
- Você está descarregando os seus medos, as sua frustrações, nessas pessoas.
- Fique tranqüilo! Está tudo sobre controle.
Não foram raras as vezes em que "peguei" Deni chorando, tamborilando nervosamente na mesa e, até mesmo, dando soquinhos na parede. Era claro, pra mim, que muitos "monstros" internos estavam à solta fazendo Deni, pressionado internamente, espirrar para cima dos outros.
Esse é um dos principais pontos da Gestão de Conflitos. Não adianta querer solucionar os conflitos interpessoais, se não resolvermos os intrapessoais, os nossos conflitos internos, que nos amedrontam, nos deixam ansiosos, nos deixam sem enxergar uma saída.
Somos "ensinados" por nossos pais, professores, irmãos mais velhos, tios, ídolos que reconhecemos, até os dias de hoje. É um processo ininterrupto! Junto, temos a criança que fomos; dócil, rabugenta, introvertida, extrovertida, expressiva, com sentimento de culpa, sem saber perdoar, desconfiada, reprimida ou submissa.
Esse conjunto de paradigmas, preconceitos e verdades internas, acabam formando um caminho, um verdadeiro Caminho da Roça (expressão utilizada pelo psiquiatra Paulo Gaudêncio), que nos habituamos a percorrer sem prestarmos atenção nas variantes existentes e que abrirão, certamente, novos caminhos de aprendizado.
Contudo, essas variantes só surgirão quando começarmos a enfrentar os nossos monstros. Porque eu devo dizer a mim mesmo que "não devo sentir raiva"? Por que não encarar esse sentimento, observá-lo, assimilá-lo e perceber que a raiva pode ser um excelente combustível para o meu crescimento ou aprender que a raiva, muitas vezes, é um reflexo do meu modo de agir.
Como poderei, verdadeiramente, perdoar alguém que, assumidamente, errou, se não consigo perdoar os meus erros?
Como poderei me sentir tranqüilo, confortável, fazendo algo de bom para alguém, se sempre digo "sim" e depois fico com raiva de tê-lo feito em detrimento ao "não", que eu queria dizer.
Como poderei me tornar um adulto, se não passo por um crivo, aceitando passivamente, tudo que o meu pai interno e a minha criança interna, ditam para mim. Realmente não é algo fácil!
Gestão de conflitos é um vasto assunto pois além do que comentei, tem a "parte aparente" do conflito, que é o interpessoal. A boa gestão de conflitos traz o crescimento pessoal e empresarial.
A Comunidade Net Work BR está patrocinando o evento, beneficente, Espaço PENSARE de Debates, que ocorrerá no próximo dia 13 de março, no auditório do FJE. Eu e Armando Ribeiro estaremos lá, falando sobre o assunto Gestão de Conflitos e debatendo com a audiência, buscando o crescimento de todos nós.
Você é nosso convidado. Pegue o seu convite. .
Até a próxima.