5.5.09

Domínio em sala de aula
por Silvio T Corrêa

Definitivamente não é uma coisa fácil ter domínio de sala de aula. Já é difícil em treinamento e palestras, onde existem recursos, normalmente melhores, onde a interpretação faz parte da cena. Que dirá da sala de aula, seja do 1º, 2º grau ou superior?

Dei aula para um curso de Administração de Empresas, que vale a pena comentar.

Comecei com a cadeira de informática, com um pequeno detalhe: não tinha laboratório de informática e eu não podia utilizar o recurso de projeção, pois para a “diretora”, o professor bom dá o recado no gogó, no giz e na lousa — é bem verdade que tem professores que, se deixar, em cada aula é um filme, mas não é disso que estamos falando.

Mas tem mais! Por mais que você seja inventivo, tenha uma fértil criatividade, como dominar uma sala de aula onde a faculdade permite que os alunos – grande parte – levem a prova para fazer em casa? Fica difícil né?

Não, não fica! Ficou difícil pra mim!

Em treinamentos — mesmo aqueles que levam uma semana — e palestras, eu consigo manter o pessoal focado, e olha que não tenho olhos azuis. Mas em sala de aula normal, não tem jeito. Sou um fracasso! Ou pelo menos fui — pode ser que mude em uma nova oportunidade!

Tem pessoas que detêm um enorme “poder” de domínio de classe e sem grandes esforços. Não importa se os alunos são crianças ou adultos de 40 anos. O poder desses professores é irresistível! Certamente você já conheceu algum.

Acho isso fascinante!

Mas o que gera esse “dom”, e será que ele é inato?

Particularmente não acredito que seja algo, exclusivo, de nascença, ainda que possa ter nascido com esse “gene”.

Com certeza é alguém que se preocupa com os alunos, além da sala de aula.

Estou “ouvindo” algumas pessoas dizerem: “Isso não é problema do professor!”.

É sim! É um problema do Aluno, da Família, do Professor, da Escola e do Estado. Cada qual com a sua parte, mas funcionando numa matriz de “interpartes”.

Tem professor que xinga aluno e quer respeito. Tem professor que acha que quando está em sala de aula, está fazendo um favor. Tem professor que acha que ganha mal — e muitas vezes, ganha mal mesmo —, e utiliza como desculpa, para ser um professor medíocre; sem atentar que sendo medíocre, merece mesmo ganhar mal.

Ser professor, público, passou a ser uma garantia de vitaliciedade, e não mais do que isso. Ser professor, público ou privado, passou a ser uma escapatória para a escassez de postos de trabalho, ainda que essa escassez já tenha diminuído muito.

Mas a natureza é sábia!

Alguns desses professores, que foram parar em sala de aula, descobriram lá, a sua verdadeira vocação, mostrando-se exímios mestres na arte de ensinar e educar. E esse binômio, ensino – educação, é visto, mesmo, nos níveis superiores.

Tem professor que acha que sendo “bonzinho” ganhará a simpatia dos alunos, ou que sendo durão e gritando em sala, ganhará o “respeito”. Professor, assim como os pais, precisa impor limites. Ser amigo na hora certa, mas também ser rígido quando precisar.

Peço, de coração, uma salva de palmas aos Professores que merecem esse título; o de Mestre! Não é pra qualquer um!

Marcadores: , ,